sábado, 29 de junho de 2013

Filhos

                 Meus filhos -tenho dois- são minha vida. Duas pessoas tão diferentes. Duas personalidades tão divergentes, mas que convergem num ponto em comum: o amor. Um é genioso. O outro, bonachão : não se abala com absolutamente nada. Às vezes fico nervosa, xingo, esbravejo - com uma nota que deixa a desejar, por exemplo - e ele continua lá, impassível. Um tira a roupa e joga no cesto de roupas sujas, o outro deixa no lugar onde tirou (Um defeito? Não vejo assim...).
                Tenho pavor em pensar que algum dia eles possam me reprovar por qualquer motivo. Tento, às vezes, adivinhar seus desejos quando seus olhinhos brilham em sonhos tão diversos, algumas vezes impossíveis, algumas vezes, bobos até. Quando os vejo dormindo, meu coraçao aperta. Certa vez os vi sentados ao sol, com os olhinhos apertados, olhando para mim, e pensei que  jamais  seria plenamente feliz sem eles. Meu amor  por doeu e nunca me senti tão grata por ser mãe como me senti naquele dia. Nunca pensei que pudesse amar tão intensamente dois homens tão diferentes ao mesmo tempo.

domingo, 31 de julho de 2011

Usinas nucleares no país do carnaval

        Depois da tragédia de Fukushima, e de há alguns anos (nem tão distantes assim) de Chernobyl, com sua cidade até hoje fantasma, o Brasil ainda quer andar  na contramão da lógica e parece não desistir das usinas nucleares.
E um país onde a única coisa que é levada a sério, tanto pelas autoridades, quanto pela própria população,  é o carnaval e futebol, e tudo o mais - educação, saúde e até coisas primárias como saneamento básico - é relegado a décimo plano, não é crível que tenhamos competência para voos mais altos e audaciosos como a energia nuclear.
       Com um litoral tão extenso e sol praticamente o ano inteiro, porque ninguém, nem governo, nem companhias privadas, investe em energia eólica ou em energia solar, como acontece com muitos países na Europa? Quem ganha com o descaso? Sabemos todos que alguém ganha com a incompetência e  a ingerência de um governo inepto. Sabemos também quem perde e somos todos nós, e apesar disso, continuamos fingindo que nada acontece.
       A população não se mobiliza a não ser quando seu time de futebol favorito perde, e todos vão, organizados que são, ao aeroporto jogar pipoca, ameaçar e xingar os jogadores. Porque essas mesmas pessoas não se mobilizam e vão a Brasília protestar contra o mensalão, os anões do orçamento, e tantos outros escândalos?
        A única coisa que nos tira o sono é a vontade de saber qual será o campeão da libertadores ou qual será o samba-enredo da nossa escola de samba favorita no próximo carnaval: danem-se os idosos morrendo nas macas nos corredores dos hospitais, as escolas sem teto, os postos de saúde sem médico e fingido que atendem a população, as crianças que pedem esmolas nos semáforos, afinal, o que importa mesmo é a Estação Segunda do Pereira ser a campeã no desfile do próximo ano.  Nos vemos no próximo carnaval.


segunda-feira, 13 de junho de 2011

Dia dos namorados

É um dia como outro qualquer? Ás vezes acredito que sim. Outras, que não.
Sábado, esquecendo-me da minha condição de casada há dez, quase onze anos e com quem eu era casada, fui à perfumaria e comprei um presente para o meu marido. Explico: romantismo não é uma grande qualidade sua. Nunca foi meloso e desde o nosso primeiro encontro ele já deixou isso bem claro para mim. Eu também sempre tentei ser bastante  pé no chão. Mas com toda essa propaganda que fica ao nosso redor, às vezes a gente se deixa levar. Cheguei em casa depois da aula e da quadrilha do filho primogênito e dei o perfume a ele, que ficou todo sem graça e não disse nada. Mais tarde, com a desculpa de que iria buscar nosso filho na casa de um amiguinho, ele demorou mais que o necessário e à noite, me deu, pasmem,  uma garrafa de "Amarula". Confesso, adoro. Mas isso é lá presente que se dê? Eu perguntei se ele havia esquecido de comprar um presente e ele negou. Disse que já estava comprado há muito tempo. Mas eu o peguei na mentira ao descobrir em seu bolso uma nota da casa de vinhos com data de sábado. Ele riu amarelo. Eu também ri, constatando, tristemente, que ele havia esquecido o dia dos namorados.
Mais tarde fomos dormir, e ele sequer me disse nada. O cansaço do dia nos consumira. O caçula, extremamente gripado, havia nos tirado as forças até para ficar deitado vendo tv, pois havia passado a noite anterior em claro e no dia seguinte, tívemos nosso afazeres.  Caímos no sono rapidamente, enquanto na minha mente se passavam pensamentos tais como a constatação de que o meu corpo já não empolgava mais o meu marido...pensei nas minhas primeiras rugas e nos primeiros fios brancos que me recuso a pintar e nos meus quilos  a mais...acabei lembrando que ele também já não me empolgava tanto e como eu, ironicamente, me sentia no direito de me sentir ofendida por ele estar  sentindo exatamente o mesmo que eu sentia. Esse foi meu último pensamento antes de adormecer.  A vida é mesmo muito engraçada.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Datas

Não consigo guardar datas comemorativas. Feriados, eu apenas os usufruo. Mas não perco tempo de aguardá-los ansiosamente. Simplesmente os aproveito com minha família. Quanto aos aniversários, os amigos devem me considerar a pior amiga do mundo e deve ser por isso que tenho muito poucos.  Faço um esforço sobre-humano para lembrar os poucos que consigo, simplesmente porque fazem parte das convenções. Nada mais. Aniversário da sogra: este é um caso isolado. Sempre anotei na agenda, celular, porta da geladeira e no outlook. Mas depois de onze anos de casada e ela jamais ter se lembrado do meu aniversário, de repente, fui tomada por uma amnésia seletiva e, sem nenhum peso de consciência, abandonei todos os lembretes.  No entanto, como mulher que sou, não perdoo meu marido por uma data esquecida. Um aniversário de casamento passado em branco.  Acho que a vida existe para ser vivida. Os bons momentos são aqueles que ficam.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Revisão de textos

O que mais gosto de fazer: ler, trabalhar com a língua portuguesa e o inglês. Eis a razão de eu ter criado este blog.